O crítico implacável...
Bem haja João Pedro George (JPG)! Já cá faziam falta críticas objectivas e sem pudor. O que JPG se propôs fazer foi um exercício masoquista de ler de um só trago a obra completa de Margarida Rebelo Pinto (MRP). Já previamente, havia feito o mesmo para Miguel Sousa Tavares, mas aqui apenas em relação ao Equador.
Mas o que escapou a JPG, após a leitura das obras de MRP, foi sem dúvida uma consulta ao respectivo site da autora. Se o tivesse consultado ficaria a saber como se escreve um romance à la MRP. Vejamos umas "dicas".
Para os argumentos:
"Construção de personagens"
As histórias que mais nos prendem são aquelas em que o herói vence as adversidades, é essa vitória que faz dele um herói. Não deixe que a acção comande a história. Os seus heróis têm de ser mais fortes [os heróis que vencem são os mais fortes e ao vencerem (por isso é que) são heróis e têm de ser os comandantes da história e não a acção!]. Por outro lado, eles devem ser como os humanos: complexos, imperfeitos, ambivalentes, nem bons nem maus, incoerentes, para que parecem (Sic) reais. [lá imperfeitos e incoerentes são sem dúvida os seus personagens...] Nada de personalidades só com qualidades, não há nada mais chato do que pessoas ou personagens perfeitas. E para construí-las, tem de lhes dar um passado, pais e irmãos, infância, com aventuras e traumas [todos com aventuras e traumas?], momentos-chave do seu crescimento. Para isso é que servem as fichas que devem ter: local e data de nascimento [muito importante e definidor do carácter...], nome dos parentes a amigos mais próximos, datas importantes, escola que frequentou [este é talvez o aspecto mais importante de uma personagem, capaz mesmo de vir a ser a "explicação para o seu comportamento" futuro...], bairro onde vivia, primeiro namorado, etc. É ao passado de uma personagem que podemos ir buscar a explicação para o seu comportamento [melhor que isto, só mesmo Freud]. [Os sublinhados são meus]
Para as crónicas:
"Escolha do tema"
Quando não se escolhe um tema, corre-se o risco de se andar a divagar sobre várias realidades e perde-se o fio lógico [faz o que eu digo e não faças o que eu faço...]. Uma (Sic) conceito ou uma ideia-base são fundamentais, mesmo que depois se desvie do principal [Então como ficamos, define-se um tema, escolhe-se a ideia-base e depois não faz mal desviarmo-nos...]. O importante é saber do que é que se vai falar, antes de decidir o que vai dizer. [sublinhados meus]
"O estilo"
Antes de iniciar uma crónica, deve saber para que meio se destina e adaptar o seu tom ao meio em questão [para mim, este é sem dúvida o grande mérito da autora, a escolha do público-alvo]. Mas o tema escolhido também define o tom escolhido [o tema define o tom, certo?]. E o autor deve ter a capacidade de escolher um tom adequado ao assunto [mau! afinal é o assunto que deve definir o tom ou é o tema? ou é o autor?]. Depois, deve manter o tom escolhido, do princípio ao fim do texto [Não haja dúvida coerência em toda a obra]. [sublinhados meus]
A única coisa que JPG não teve em conta foi o público-alvo da autora. Quem a lê é porque gosta ou porque não conhece, nem (se) exige, melhor. Gostava de acreditar que, embora sendo para muitos a primeira leitura, os leitores depois de a lerem se tornassem mais exigentes; cultivassem o gosto e quisessem conhecer novos autores. Gostava de acreditar que pop e "escrita urbana" neste caso não sejam metáforas e eufemismos do que JPG teve a coragem, e o trabalho, de demonstrar e, acima de tudo, desmascarar: que número de vendas não são sinónimo de qualidade.
Chamem-me snob, chamem-me elitista, "cânonista" e o que quiserem, mas ou muito me engano ou MRP nunca fará parte do cânone dos autores estudados nas faculdades de letras. Já como caso de estudo sociológico, eu até agradecia.
Post dedicado ao trabalho de JPG.
Mas o que escapou a JPG, após a leitura das obras de MRP, foi sem dúvida uma consulta ao respectivo site da autora. Se o tivesse consultado ficaria a saber como se escreve um romance à la MRP. Vejamos umas "dicas".
Para os argumentos:
"Construção de personagens"
As histórias que mais nos prendem são aquelas em que o herói vence as adversidades, é essa vitória que faz dele um herói. Não deixe que a acção comande a história. Os seus heróis têm de ser mais fortes [os heróis que vencem são os mais fortes e ao vencerem (por isso é que) são heróis e têm de ser os comandantes da história e não a acção!]. Por outro lado, eles devem ser como os humanos: complexos, imperfeitos, ambivalentes, nem bons nem maus, incoerentes, para que parecem (Sic) reais. [lá imperfeitos e incoerentes são sem dúvida os seus personagens...] Nada de personalidades só com qualidades, não há nada mais chato do que pessoas ou personagens perfeitas. E para construí-las, tem de lhes dar um passado, pais e irmãos, infância, com aventuras e traumas [todos com aventuras e traumas?], momentos-chave do seu crescimento. Para isso é que servem as fichas que devem ter: local e data de nascimento [muito importante e definidor do carácter...], nome dos parentes a amigos mais próximos, datas importantes, escola que frequentou [este é talvez o aspecto mais importante de uma personagem, capaz mesmo de vir a ser a "explicação para o seu comportamento" futuro...], bairro onde vivia, primeiro namorado, etc. É ao passado de uma personagem que podemos ir buscar a explicação para o seu comportamento [melhor que isto, só mesmo Freud]. [Os sublinhados são meus]
Para as crónicas:
"Escolha do tema"
Quando não se escolhe um tema, corre-se o risco de se andar a divagar sobre várias realidades e perde-se o fio lógico [faz o que eu digo e não faças o que eu faço...]. Uma (Sic) conceito ou uma ideia-base são fundamentais, mesmo que depois se desvie do principal [Então como ficamos, define-se um tema, escolhe-se a ideia-base e depois não faz mal desviarmo-nos...]. O importante é saber do que é que se vai falar, antes de decidir o que vai dizer. [sublinhados meus]
"O estilo"
Antes de iniciar uma crónica, deve saber para que meio se destina e adaptar o seu tom ao meio em questão [para mim, este é sem dúvida o grande mérito da autora, a escolha do público-alvo]. Mas o tema escolhido também define o tom escolhido [o tema define o tom, certo?]. E o autor deve ter a capacidade de escolher um tom adequado ao assunto [mau! afinal é o assunto que deve definir o tom ou é o tema? ou é o autor?]. Depois, deve manter o tom escolhido, do princípio ao fim do texto [Não haja dúvida coerência em toda a obra]. [sublinhados meus]
A única coisa que JPG não teve em conta foi o público-alvo da autora. Quem a lê é porque gosta ou porque não conhece, nem (se) exige, melhor. Gostava de acreditar que, embora sendo para muitos a primeira leitura, os leitores depois de a lerem se tornassem mais exigentes; cultivassem o gosto e quisessem conhecer novos autores. Gostava de acreditar que pop e "escrita urbana" neste caso não sejam metáforas e eufemismos do que JPG teve a coragem, e o trabalho, de demonstrar e, acima de tudo, desmascarar: que número de vendas não são sinónimo de qualidade.
Chamem-me snob, chamem-me elitista, "cânonista" e o que quiserem, mas ou muito me engano ou MRP nunca fará parte do cânone dos autores estudados nas faculdades de letras. Já como caso de estudo sociológico, eu até agradecia.
Post dedicado ao trabalho de JPG.
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